sábado, 4 de setembro de 2010

Ano passado uma hora dessas ela provavelmente estava em sua cadeira de balanço, na sala de sua casa, que por 5 longos anos era como se fosse nossa. Certamente tinha alguém para tomar o café da tarde com ela, para receber toda aquela alegria que só ela tinha...
Suas doenças nunca tiraram de seu rosto a vontade de viver cada dia como se fosse, literalmente o último. E ainda tinha as nossas brincadeiras e conversas até às 01h da manhã, regadas sempre com um leitinho morno, ou uma xícara de chá e biscoitos. A Maria Chica como eu costumava chamá-la, me contava várias histórias de sua vida, ou de alguém da família.
Lembro-me das datas comemorativas onde mesmo com limitações, fazia tudo com perfeição, nos mínimos detalhes que só a Maria sabia dar... seu altar de Fátima, a fogueira de São João, a lapinha de natal... que esse ano estarão somente na memória de quem a conheceu.
Hoje ao passar em frente a casa onde eu fiz parte, ainda não consigo me acostumar com aquela porta fechada, como se fosse um sinal de luto... tenho vontade de pegar minha chave, abrir o portão e gritar: ô Maria, cadê tu??rsrsrsrs... mas só consigo passar em frente e dependendo do horário, eu imagino que ela está dormindo ou foi à missa. Sinto um vazio, uma saudade enorme, uma dor que invade e inunda meu ser... e quando eu penso em ir lá, e lembro que ela não mais estará lá, ainda doi muito.
Mais sabe o que é melhor nisso tudo?? Saber que ela está morando em uma estrela, olhando por mim e por todos os outros que daqui mantemos o pensamento nessa pessoa maravilhosa que foi Lieta Rodrigues de Oliveira... Tomara que ai onde você está, eles tenham te recebido a sua altura... com muita alegria e campos brancos como os teus cabelos...

Saudades eternas, e eternas saudades...


(Texto produzido as 15h de hoje)

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